há esse quadrante do lado
quadrante do meio
onde ninguém
senão
a patinadora no gelo
de lindas rosas nas axilas
ao centro
nus
quase racho no lago
congelado
um piano e o pianista e a japonesinha junto
nus
o menino cheirando a cerejas
e ameixas
suas mãozinhas dadas
com as mãozinhas da
japonesinha que
toca trovões e aromas da
magnólia no paralelepípedo
o sangue e a casca de
sangue da baunilha
a patinadora dança
e nada disso é nada disso
diz a japonesinha
pois que só um quadro na
parede verde da sala de espera do dentista
porém o menino. o menino
porém.
e a secretária mascando a
imensa magnólia.
e não importa o que seja
nem a quem se ama.
não importa a quem veja.
será curta-metragem de animação. filme triste, filme triste onde a patinadora,
onde o piano e nem o pianista, onde nem a japonesinha, ninguém nem nada cai no
buraco feito pela caneta da desventurada da secretária. filme triste, filme tão triste.